OS EFEITOS DO PECADO
Quinta, 20 de março
Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus. Romanos 3:23
Todas as heresias resultam de um inadequado senso do pecado. Errar no diagnóstico é o primeiro passo para se errar no tratamento de um mal. Os fariseus externalizavam o pecado, concebendo-o apenas em termos de ações do comportamento, e não como uma doença maligna e sistêmica. Para Ellen White, o pecado é "uma lepra, profundamente enraizada, mortal e impossível de ser purificada pelo poder humano".
Jesus elevou a ética humana ao limite supremo. Segundo ele, pecado não é apenas o que fazemos (1Jo 3:4), mas igualmente o bem que deixamos de fazer (Tg 4:17), incorrendo nos "pecados de omissão". O pecado ainda está relacionado com a motivação daquilo que fazemos (Rm 14:23). Isso significa que podemos fazer coisas certas pela razão errada, e uma motivação falsa envenena boas ações. Essas "boas ações", contudo, não enganam a Deus.
Por causa dessa desordem moral e espiritual, todos, exceto Cristo, nascem "em pecado", e em pecado são concebidos (Sl 51:5). Somos "filhos da ira" (Ef 2:3), "filhos da desobediência" (Ef 5:6). Naturalmente andamos nos desejos de nossa carne, e fazendo a vontade da carne, "mortos em nossos delitos" (Ef 2:3-5). No livro de Romanos, Adão é descrito como o cabeça da velha era, o tempo da ira e da morte (Rm 5:12-21). De Adão, afirma Ellen White, nada recebemos "senão a culpa e a sentença de morte" (Orientação da Criança, p. 475). Segundo ela, o egoísmo profundamente arraigado em nosso ser "nos veio por herança" (Historical Sketches, p. 138, 139).
Pela conversão, recebemos o princípio de uma nova orientação. Então, duas naturezas coabitarão em nós em conflito permanente. Nos cristãos, a velha natureza não reina, mas existe. Lembre-se: santificação não é glorificação. Em nenhum ponto da jornada cristã deixaremos de depender de Cristo. Sempre haverá necessidade de constante avanço. John Wesley acusou
a santificação vicária, uma santificação que toma o lugar de Cristo, como a obra-prima do diabo. Alguns cristãos julgam que em algum momento, eles atingirão uma condição de impecabilidade absoluta, e voltarão, em carne pecaminosa, à condição do Éden. Puro engano! Embora os pecados voluntários devam ser vencidos, nosso defeito congênito será corrigido apenas no retorno de Cristo. Nessa ocasião, será totalmente banido. Lembre-se ainda de que, embora todo pecado seja imperfeição, nem toda imperfeição é vista por Deus como pecado.